Fazendo Cerveja III - Método #Fófis

Deixei a nossa cerveja maturando por uma semana na temperatura ambiente, num canto fresco da casa e ao abrigo da luz solar. Depois coloquei na geladeira (tem uma geladeira do condomínio que fica ligada sem nada dentro, então...) a uns 5°C por mais uma semana.

Ao fim e ao cabo, retirei o balde da geladeira e preparei a passagem da fase de maturação para o primming, última etapa a nos separar da degustação.

Quando vc abrir o balde, poderá já provar a sua cerveja. Ela já terá o sabor que vc vai beber ao final do preparo. Se tiver acontecido alguma contaminação, ela estará ruim (muito ácida), então é simplesmente jogar fora e começar de novo... se a fermentação não tiver sido completa, ela pode estar um pouco adocicada, aí dá pra salvar na próxima etapa.

Se a cerva estiver no ponto, falta apenas gás, certo? O gás da cerveja é o CO2, e vc tem que adicioná-lo de alguma forma. Esse processo de adição de CO2 é chamado carbonatação, e pode ser feito de duas formas:

Image result for equipamento post mix1) Se vc tem um equipamento post-mix como esse aí do lado, pode simplesmente encher o recipiente de cerva, ligar as mangueiras, abrir a válvula do gás e cair pra dentro! Só alegria!










2) Se vc, como eu, não tem o post-mix, então o jeito é improvisar. O processo descrito a seguir chama-se primming, e nada mais é do que aproveitar o resíduo de fermento que ainda tem misturado na cerva pra adicionar o CO2 prá nóis.

Para obter esse resultado, vc deve engarrafar a sua cerveja, e para isso precisamos de alguns insumos:

a) Garrafas (dããããã!) que vão caber o volume que vc produziu.

b) Tampinhas de garrafa "abertas", que vc compra nas lojas do ramo

c) Uma ferramenta de aplicar a tampinha na garrafa.

d) Açúcar (qualquer tipo serve, eu uso cristal).

A ideia é a seguinte: misturado com a cerva tem algum resíduo de fermento que ficou em suspensão quando vc trocou de balde. A ideia é dar açúcar pra ele "comer" e produzir CO2 (e também álcool, o que não atrapalha, né?). Então a gente adiciona açúcar à cerveja, engarrafa e tapa a bicha, deixando a garrafa na temperatura ambiente. O fermento acordará e processará o açúcar, dando a carbonatação à nossa cerva.

Existe uma tabelinha que diz a quantidade de açúcar por litro:

Estilo com Baixa Carbonatação: 4g de açúcar por litro;
Estilo com Média Carbonatação: 5-6g/l;
Estilo com Alta Carbonatação: 7-8g/l.

E o que nos diz se uma cerveja é de baixa, média, ou alta carbonatação? A receita que estamos fazendo. Uma regra geral é: quanto mais álcool, menos carbonatação. Assim, as escuras inglesas, caso dessa que estou fazendo, as stouts, Porters e tal são de baixa carbonatação. A Canadian Blonde que eu estou fazendo junto com essa seria de maior carbonatação, e as de trigo (Weiss, Wit) são as de carbonatação mais alta.

Mas vai do gosto do freguês tb, né? Eu gosto de cervas mais carbonatadas, de modo que taquei açúcar nessa English Bitter... 😂😂😂. Coloquei 7g/litro.

Bora trabalhar?

Primeiro as garrafas: dessa vez estou experimentando uns growlers de plástico especiais pra cerveja, de dois litros cada. Comprei dez a R$ 10,00 cada, pra caber parte das duas cervas, pretendo levar vinte litros pra Escarpas no dia 12/10. Pretendo reutilizá-los, o povo diz que dá certo, é só comprar mais tampas.

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Como a cerveja não vai caber toda nos growlers, porque ainda tem a outra, separei seis pra essa e o resto vou engarrafar. Se vc tiver uma geladeira para deixar cerveja no balde, pode deixar maturando mais uma parte, mas o ideal é engarrafar tudo de uma só vez.

Primeiro higienize MUITO as garrafas. Aí tem um monte de jeito diferente de fazer. Eu uso detergente com uma daquelas escovinhas de limpar mamadeira por dentro. Em seguida enxáguo bem e  borrifo álcool lá dentro, fazendo com que ele percorra a garrafa toda. Jogo fora o álcool e dou o serviço por terminado. Tem gente que passa iodo, põe garrafa no forno etc.

Em seguida, coloque o balde num lugar alto (em cima da pia ou de uma mesa), colocando uma cadeira em frente pra ficar confortável.


Taí o balde aberto. Pegue um copo bem limpo e prove. Sua cerva será isso com gás.

















Balde posicionado...


















Garrafas higienizadas... observem que eu vou usar umas garrafinhas de 300 ml. Isso porque quero dar algumas de presente, aí quanto menor a garrafa, mais amigos homenageados!












A patroa é craque em encher garrafa, e eu sou melhor em tampar, então montamos um "tempos e movimentos" (saudoso Evaldo Cordeiro!) pra agilizar a bagaça.

Deve-se tentar evitar ao máximo que a cerveja borbulhe, para não aerá-la. O oxigênio é inimigo da cerva, lembram?













As tampinhas também devem ser higienizadas com álcool. Na hora de aplicá-las às garrafas, chacoalhe pra tirar o excesso.












Esse é o aplicador de tampinha que eu uso. Ele tem um ímã que segura a tampinha pra ser aplicada, e parece uma espécie de alicate: coloca na boca da garrafa, aperta, dá uma giradinha, aperta de novo e pronto: prego batido, ponta virada!











































E taí! Seis growlers de 2 litros cada, 21 garrafinhas de 300 ml e duas garrafas com tampa que ganhei de um amigo. Rendeu uns 19 litros de cerva, o que significa um custo de R$ 130,00 / 19 = R$ 6,73/litro.

Se calcular por garrafa de 600 ml dá R$ 4,00. Bem em conta, né? Fora a diversão... 














Agora é esperar no mínimo uma semana com as garrafas à temperatura ambiente, por pra gelar e...

Saúde! Prost! Salud! Santé! Cheers! Kippis!

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